quinta-feira, 26 de março de 2009

O RACISMO COLOCADO EM DISCUSSÃO


MEU AMIGÃO EDSON BENTO (ADMINISTRADOR DE EMPRESAS - ALTO FUNCIONÁRIO DO BANCO DO BRASIL - manda muito esse rapaz, me arruma uma boquinha aí!!!) RESOLVEU PARTICIPAR DESSA DISCUSSÃO SOBRE O RACISMO NO BRASIL E RESOLVI ABRI-LA A TODOS QUE QUISEREM PARTICIPAR

Rafael, o racismo aqui no Brasil é muito pior do que nos USA, pois aqui o racismo é silencioso, veja alguns exemplos:

Porque nos BBS só há um ou dois negros no máximo, no atual só tinha um.

Porque o seu Fluminense è conhecido como "pó de arroz", pois até a década de 60, jogadores da raça negra, não poderiam "jogar" no seu time.
Não se iluda em artigos do Jornal 'O GLOBO', pois este representa uma "elite", que rouba, mente, repudia e mama literalmente nas tetas do país.

Edson Bento

Fala Edson, quanto tempo!!!

É meu companheiro, vejo que temos visões diferentes a respeito do mesmo tema.

Realmente acredito que vivemos em uma sociedade que repudia o racismo, isso não quer dizer que não há racismo entre nós. Inclusive aonde houver pessoas diferentes haverá sempre intolerância e discriminação, infelizmente isso é inerente ao ser humano, em qualquer parte do mundo, até na África e na Europa Oriental onde há extermínio de etnias nas guerras. O que não concordo é o fato de se afirmar que vivemos em um sociedade em que o racismo é velado, não! Ele é combatido tanto pela nossa Constituição quanto pelo cidadão comum. O que a parte da sociedade encara como racismo, eu e tantos outros, que comungam do mesmo pensamento que eu, vemos como discriminação social, o que também de fato é revoltante e vergonhoso. Mas essa é a realidade.

Para responder essas suas indagações, te pergunto qual é a função do Pardo nessa discussão racial???

Bem, se eu estivesse no BBB, eu seria contado como negro ou branco?

O pardo na verdade é o "x" dessa celeuma racial !!!

Somos a maioria esmagadora do país (60%) e somos usados para avalisar as políticas discriminatórias (chamadas de afirmativas, mas que excluem o pobre não-negro) que usam como base as pesquisas que dão dados, que aparentemente demonstram o racismo.

O pardo que trabalha em shopping, ou está na faculdade é considerado branco.
O pardo que está preso ou trabalha em subempregos é considerado negro.
Com um coringa desse qualquer jogo é ganho, mesmo que não seja de forma honesta.

Por isso eu digo. Não se trata cegueira com remédio para ouvido!

Tratar como racismo, um problema que de fato é de discriminação social e estender o problema e não resolvê-lo.

Te faço outra pergunta! Quantas gerações levam para que uma população inteira que foi tratada como mercadoria, sem direito a posses, consiga galgar uma elevação social até a sociedade classe A (ricos e milionários)?

É fato que temos 120 anos da abolição da escravatura no nosso país, e provavelmente nossos tataravós foram escravos, e por isso não tinham posses. Vejo, sinceramente, que a evolução social do povo negro está sendo feita de forma normal. Minha tataravó deveria ter sido escrava, minha bisavó empregada doméstica, minha avó empregada doméstica, minha mãe secretária executiva e depois guia de turismo e eu administrador de empresas, meu filho quem sabe??? multimilionário !!!!

Edson, todas as situações vexatórias aos quais os negros passam nessa sociedade, acredite, é que a eles é feito ainda, a associação de que são pobres (que repito, ainda sim é revoltante!) e após desfeito o mal entendido, a grosseria e estupidez da lugar ao embaraço e a vergonha do discriminador. Digo isso, por que sei que se não houver algum fato que não desfigure o alvo da discriminação de ser pobre, a ofensa continuará e o ofensor não se arrependerá com o fato (é triste!!).

Seja negro ou branco, o tratamento no país é feito de acordo com as posses que você aparenta ter. O racismo não respeita posses, o racista se considera superior independente de quanto você tenha. Para ele, o humilhado sempre será visto como um ser inferior, mesmo que ele não demosntre isso por ter medo da lei.

Toda essa revolta que alguns têm ao que o Ali Kamel escreve, é pelo fato de estarmos acostumados a aceitar o que é dito por todos, e então gera-se uma espécie "unanimidade burra" que aceita um argumento sem querer debatê-lo. É fato que ele por vezes se protificou a participar de debates sobre o tema, é sempre rechaçado como racista, e que pelo fato de ser de origem árabe não tem condições étnicas de participar do debate (mais racismo que isso!!). Por comungar dos mesmo pensamentos do Sr Kamel, acompanho com atenção ao que é publicado na Rede Globo, e para sua informação nunca vi nenhuma reportagem nos principais jornais da emissora que defendem sua posição contrária as cotas. Como foi dito no texto dele abaixo, ele é até de certa forma criticado por seus subordinados (Miriam Leitão, Eli Gaspari etc.), isso é isenção no trabalho. Já que ele é o segundo homem mais forte do Jornalismo da Rede Globo.

Bem, provavelmente essa é uma discussão muito mais longa que esse trecho de resposta, mas de qualquer forma fico feliz em ouvir sua opinião em relação a um tema tão melidroso, apesar de tão presente em nossas vidas.

ps. Realmente é uma vergonha ter esse fato acontecido no meu time de coração (a história do pó de arroz. E aconteceu em 1914 e não na decáda de 60!). Mas veja, só! Em todos os times grandes do país (quase todos centenários) coube essa história vergonhosa a somente um. E um em relação a todos, meu amigo, não é regra, é exceção!!!
De qualquer forma um mega abraço para você Bentão!!!

Fica com Deus e sucesso!

Rafa Rangel

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