domingo, 22 de março de 2009

O MAL QUE A UNIMED NÃO PODE TRATAR


Numa mesa de negócios, por mais que o bem comum seja buscado, o objetivo de cada lado é que ao final das contas, é que sua meta no negócio seja atingida. Nessa relação (muito duradoura, e que deveria ser exemplo para o resto do Brasil) entre a UNIMED e o Fluminense, há o interesse financeiro de ambas as partes pois, se trata de uma parceria ótima para ambos os lados.


A primeira noção errada as pessoas tiram dessa relação é a de que a Unimed injeta “rios” de dinheiro no clube pela paixão que o Presidente da Empresa Dr. Celso Barros tem pelo Fluminense. O dinheiro não é dele, é da empresa. Todas as vezes em que ele foi questionado por seus pares em virtude do montante do investimento, ele pode contraargumentar o quanto que a Unimed teria que desembolsar para ter o mesma exposição de marketing e mídia nos veículos de comunicação. Me lembro apenas dos dados referentes ao vice-campeonato do Fluminense na Copa do Brasil de 2005, para que a UNIMED pudesse ter a mesma exposição na mídia teria que ter gasto mais de 50 VEZES do que foi gasto com o clube naquele ano. Imagina então, qual foi a vantagem para empresa após a exposição do título da Copa do Brasil, e da final da Libertadores. De 99 até hoje a UNIMED passou de uma grande empresa de saúde no Estado do RJ, para ser disparada a maior Empresa de Plano de Saúde do Estado e quem entende um pouco de marketing sabe o quanto a exposição contínua da marca na camisa do Fluminense contribuiu para o sucesso da empresa.


A segunda noção errada é a de que a relação entre o Fluminense e Unimed é de parceria de gestão, o Unimed como patrocinadora é interessada exclusivamente na exposição da marca na mídia. A Unimed viu que o dinheiro poderia ser melhor aplicado se ela pagasse diretamente aos principais jogadores do elenco. Ficou assim, a seu cargo, participar das negociações no intuito de formar grandes times para disputar os maiores torneios do Brasil e do Mundo (os possíveis é lógico!), essa mudança de postura no patrocínio, fez o Fluminense passar por algumas situações inusitadas (quem não se lembra do time com Romário, Edmundo, Roger???) essa forma de patrocínio foi se lapidando com o tempo e hoje há a noção de que mais do que craques de mídia, a exposição da marca fica mais forte com a montagem de times equilibrados e competitivos. Mas o retorno desse tipo de investimento é sempre esperado no curto prazo, por parte da Unimed; então René Simões não durou o sufuciente para montar o time, já que padrão de jogo apresentado nessa temporada era um prenúncio que o time ficaria fora de todas as finais desse semestre, apesar do investimento vultoso. E a paixão que o Celso Barros nutre pelo Renato Gaucho não é por que eles gostam da mesma churrascaria, mas por que foi sob sua batuta que o Fluminense conseguiu as maiores exposições com a marca nesses 10 anos de parceria.

O imenso sucesso do Fluminense na taça Libertadores da América, abriu os olhos da Unimed para a expansão internacional da marca, seguro saúde é um ótimo negócio em várias partes do mundo (principalmente nos EUA, que apesar de não serem apaixonados por futebol, possuem uma imensa população de imigrantes que levaram consigo a paixão pelo esporte bretão). E uma nova participação do clube na competição é vista como ponto fundamental para empresa ser reconhecida no exterior (America do Sul e Europa principalmente).


Na contramão desse projeto grandioso temos hoje um time, que treina em um lugar condenado a ser um museu permanente (péssimamente conservado), uma diretoria que não consegue arcar com nem com os menores salários do elenco, apesar das cotas de TV milionárias pagas todos os anos ao clube (Só pelo Brasileirão são 15 milhões por ano, fora Copa do Brasil, Estaduais e outros mais ), não deixa sequer vestígios do dinheiro pelas vendas das ultimas jóias produzidas em Xerem. E Xerém, nossa mina de ouro, encontra-se hoje abandonada por esta diretoria.

Investimentos estruturais não serão feitos pela a patrocinadora, pois esta não é investidora de jogadores, e nem essa é a modalidade de patrocínio acordada entre as partes. Esse tipos de investimento deveriam ser feitos pela gestão do clube (hoje vislumbra-se uma parceria com a Traffic para a aquisição de um centro de treinamento decente - tenho pena no Fred, apesar de eu ser tricolor, que saiu de um clube estruturado, para treinar nessa bagunça).


Infelizmente, a parceria que é tão benéfica para o clube encobre uma péssima gestão de um presidente que não entende nada de administração de um clube de futebol, estamos realmente perdendo o BONDE DA HISTÓRIA . Infelizmente, porquê quando essa parceria acabar acordaremos para uma situação em que se terá a real noção de que o Fluminense viveu um sonho chamado Unimed e acordou em um pesadêlo chamado realidade.

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