domingo, 8 de fevereiro de 2009

Carta a Ali Kamel


Venho aqui, por este e-mail agradecê-lo por suas brilhantes colunas, vejo pessoas que contrárias ao seus pensamentos rechaçam de forma contundente o que você expõe nas suas colunas. Realmente acho que deve haver muita coragem para uma pessoa escrever sobre o combate a discriminação com mais discriminação não deve ser a política ideal, já que a maioria intelectual branca fica um tanto que incomodada ao tratar desse assunto, com medo de serem confundidos como racistas. Imagine um Veríssimo tratando desse assunto, com certeza iriam taxa-lo como racista. Então se fazem de um discurso mais politicamente correto para evitarem esse embaraço previsível. Todos que discordam de alguma coisa pleiteada pela comunidade negra é tida como um monstro, quase um "senhor de engenho moderno",não é assim que se discute divergências. Falo como brasileiro, negro, filho de uma negra com um branco, separados e casados novamente cada um com um novo companheiro da cor de seu nascimento. Minha mãe pelo destino que se traçou,mesmo com apenas o segundo grau quitou sua casa no bairro do Maracanã, pagou meus estudos sem ajuda legal da pensão que meu pai deveria arcar. Já meu pai não teve tanto sucesso, se pode chamar o básico de sucesso. Não conseguiu quitar seu apartamento no bairro do Rocha foi morar na casa de minha madrasta em Senador Camará, por ver que não era lá um bom lugar para criar meus irmãos mudou-se para Caxias para casa no seu irmão, meu tio. O sucesso e o fracasso de alguém tem muitas outras variáveis, que a cor da pele do cidadão. Me recordo que minha mãe foi criada por uma empregada doméstica, minha avó, e por um vendedor, meu avô. Bem parecido com meu pai, que tinha um pai vendedor e uma mãe dona de casa. Minha mãe só tem o ensino médio e meu pai ensino superior, formado em Administração. A vida determinou o nível de sucesso de cada um. Eu e minha irmã de pai e mãe fomos criados sabendo das dificuldades que as pessoas pobres passam independente da cor de pele que elas tenham. Pago minha faculdade com muita dificuldade e realmente uma vaga por cotas seria muito bem vinda, mas não seria justa, pois meus outros 3 irmãos brancos por parte pai passam por dificuldade muito maiores as que passo. Nessa situação se relflete muitass outras situações, em que o apartheid brasileiro não encobre. Quero uma nação de brasileiros onde a discriminação seja combatida e não legalizada. Falta a coragem das pessoas justas declararem seu posicionamento. O retrocesso avança em passos largos e essa mudança só poderá ser combatida por aqueles que não tenham medo de enfrentar a fogueira dos dissonantes. Hoje, dizer que não existe raça seria como ter dito que a Terra não era plana na Idade média. Alguns acabarão crucificados em nome de verdade e o pior que a imprensa não quer pagar esse preço.

Um comentário:

Frank Lima disse...

olá querido amigo blogueiro Rafael Rangel, venho por meio deste comentário agradecer a reflexão acerca de meu texto sobre "a legalização das drogas" obrigado pela construção de seu comentário em meu blog.

sucesso e paz!