O STF julgava a partir de quando passaria a valer a decisão que tirou os funcionários de cartórios no Paraná do regime de previdência do estado. A discussão começou quando, irritado, o ministro Joaquim Barbosa disse que a questão não tinha sido debatida suficientemente.
Barbosa: “Eu acho que o segundo caso prova muito bem a justeza da sua tese. Mas a sua tese, ela deveria ter sido exposta em pratos limpos. Nós deveríamos estar discutindo”.
Mendes: “Ela foi exposta em pratos limpos. Eu não sonego informação. Vossa Excelência me respeite. Foi apontada em pratos limpos”.
Barbosa: “Não se discutiu a lei”.
Mendes: “Se discutiu claramente”. Barbosa: “Não se discutiu”.
Mendes: “Se discutiu claramente e eu trouxe razão. Vossa Excelência... talvez Vossa Excelência esteja faltando às sessões”.
Barbosa: “Eu não estou...”.
Mendes: “Tanto é que Vossa Excelência não tinha votado. Vossa Excelência faltou à sessão”.
Barbosa: “Eu estava de licença, ministro”.
Mendes: “Vossa excelência falta à sessão e depois vem...”.
Barbosa: “Eu estava de licença. Vossa Excelência não leu aí. Eu estava de licença do Tribunal”.
Outros ministros passaram a debater a ação. Mas poucos minutos depois a discussão áspera entre os dois recomeçou.
Mendes: “Se Vossa Excelência julga por classe, esse é um argumento...”.
Barbosa: “Eu sou atento às consequências da minha decisão, das minhas decisões. Só isso”.
Mendes: “Vossa Excelência não tem condições de dar lição a ninguém”.
Barbosa: “E nem Vossa Excelência. Vossa Excelência me respeite, Vossa Excelência não tem condição alguma. Vossa Excelência está destruindo a Justiça desse país, e vem agora dar lição de moral em mim? Saia à rua, ministro Gilmar. Saia à rua, faz o que eu faço”.
Carlos Ayres Britto: “Ministro Joaquim, nós já superamos essa discussão com o meu pedido de vista”.
Barbosa: “Vossa Excelência não nenhuma condição”. Mendes: “Eu estou na rua, ministro Joaquim”.
Barbosa: “Vossa Excelência não está na rua não, Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro. É isso”.
Britto: “Ministro Joaquim, vamos ponderar”.
Barbosa: “Vossa Excelência quando se dirige a mim não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar. Respeite”.
Mendes: “Ministro Joaquim, Vossa Excelência me respeite”.
Marco Aurélio Mello: “Presidente, vamos encerrar a sessão?”.
Barbosa: “Digo a mesma coisa”.
Marco Aurélio: “Eu creio que a discussão está descambando para um campo que não se coaduna com a liturgia do Supremo”.
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